sábado, outubro 30, 2010

Mergulhos no fluido do desdém

Ainda nem me convenceram de que vim do macaco e me articulam um conciliábulo de lesmas. Só para relegar ao esquecimento a exatidão do acaso, a agilidade e eficiência do inesperado. Não veem nuvens que encubram as trajetórias, antes insistem nos caracóis que se cruzam em delírios radiais. Já nenhuma água purifica tanta aderência aos supostos lugares confiáveis. E tudo é tanta erosão que a ausência é uma virtude do solo.

segunda-feira, outubro 11, 2010

Elementos ocultos de um conjunto vazio

Supérfluo encontrar as velhas manchas. Não expressam há muito, e hoje nem há quem as deseje para o sorriso próprio ou de outro. Medonhas aquelas madeixas que não me deixavam dormir, feito cortinas gesticulando um xampu impossível. A casa que abriga suspiros íntimos é ela própria um sortilégio de ruidosa solidão, e portanto é melhor que silencie, dando a conhecer os temores do abandono. Que mude a semana, que caminhem os séculos, que gire a câmera indefinidamente, e que os olhos não se detenham no que perece sem saudade.