quinta-feira, julho 07, 2011

Empedernidos

Estátuas, como se deixar de pairar, efetuada a paralisia, fosse estatuto e requisito para uma amalgamante cara-metade. Ensimesmados, indecifráveis, em seu mistério desinteressante de desamar-se paulatinamente.
Estáticos, tudo menos fremente, de uma pobreza de movimentos aliciada pela alma comum e aprisionada no pior silêncio sem hálito um do outro. Vasos que se preveniram contra o naufrágio e decidiram deixar de navegar. Uma mal-aventurada e eterna temporada entre negrumes de rocha.
Mas passa um turista, passa um gaiato, passa um ressentido, um covarde com esgar de desprezo pela acrobacia e pelo voo. E chama os empedernidos de amantes. E os condena à eternidade.