segunda-feira, outubro 13, 2008

Efêmero

Estive na fachada, no incandescente brilho devolvido ao sol, refratado ao passante. Fui o pedrisco do arremate, a ínfima parcela de superfície. O vento trabalha, entretanto. O vento sopra onde quer. Despreguei-me da fachada açoitada, ergui-me amparado na tempestade de ciscos, voei em direção ao parapeito ilógico, onde o homem com o rifle se estabelecia contra o alvo sem identidade nem defesa. Ceguei-o e a arma foi reflexo e som, morte adiada. Agora estou na periferia muda da rua mal andada. Vivi.