Juízo final
E havia a lava morta, isenta de fogo, roubada de todos os calores. E ela estava em volta de mim, e me roubava o ímpeto da letra, meus irmãos. E meu estilo era tido como inerme e mortos eram os meus caracteres no silêncio indolente do dia que só tinha por virtude vir após outro dia.
Mas eis que, a despeito de toda a mortalha de cinzas que cobria meu ânimo, divisei a cálida, depois tórrida força motriz de um verbo obsessivo, que me impeliu ao alto como só um gêiser, que digo, como só o autêntico vulcão ativo, no inalcançável patamar de sua irreconhecível decisão ígnea, é capaz de produzir, com orgulho da má ou boa palavra. E aqui estou, neste altar das ressurreições, grato à caneta pela tinta que derrama, grato ao vinho que neste copo açoita os modorrentos embaraços, grato a todo vento de doutrina que vire as placas de todas as estradas para o derradeiro e preliminar caminho, e que este se encha de corpos que marcham, de vozes que cantam querelas ou cópulas, de almas salvas que queiram viver como quem sabe que jamais faltarão gritos de dor.
Mas eis que, a despeito de toda a mortalha de cinzas que cobria meu ânimo, divisei a cálida, depois tórrida força motriz de um verbo obsessivo, que me impeliu ao alto como só um gêiser, que digo, como só o autêntico vulcão ativo, no inalcançável patamar de sua irreconhecível decisão ígnea, é capaz de produzir, com orgulho da má ou boa palavra. E aqui estou, neste altar das ressurreições, grato à caneta pela tinta que derrama, grato ao vinho que neste copo açoita os modorrentos embaraços, grato a todo vento de doutrina que vire as placas de todas as estradas para o derradeiro e preliminar caminho, e que este se encha de corpos que marcham, de vozes que cantam querelas ou cópulas, de almas salvas que queiram viver como quem sabe que jamais faltarão gritos de dor.
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