terça-feira, fevereiro 01, 2005

Si vis pacem

Tavinho só não gostava de brincar de guerra com Teteu porque ele atacava de surpresa com seu exército de robôs, antes de declarar guerra, como tinham acertado no início.

Tinha muito poder de fogo o exército de Teteu, maior que o de Tavinho, que estava desfalcado de doze andróides torpedeadores, cinco lançadores positrônicos de raios tetragama e uma unidade inteira de artilharia próton tecnoblindada, emprestados ao vizinho Tonho, para a guerra contra seu primo Muvuco, e ainda não devolvidos.

Apesar disso, Tavinho recusou-se a pedir clemência, preferindo dizer que não valia atacar naquele momento, porque o papai estava trocando a botija de gás na cozinha e a mangueira deixava vazar um cheirinho de gás. Teteu não quis nem saber, e atacou o oponente com tudo que tinha.

Todos conseguiram sair sozinhos dos escombros da casa, até o papai e a mamãe, que não sabiam da guerra. O papai ficou meio irritado por causa do barulho, mas o que o tirou mesmo do sério foi o Julinho da seguradora dizer, sem tirar os olhos do videogame, que o seguro não previa mangueiras com defeito.